Queridas alunas em recuperação Camila, Elise, Evanice e Tatiana M.
Aqui vocês postarão as suas sínteses, separadas por um traço. Não esqueçam de colocar nome e data de postagem!!
Lembrem, também, que as sínteses precisam estar postadas até o dia 20/07!!!
Um abraço e muito bom Trabalho
Bea e Iris
EVANICE SCHNATH MENDES LOCH- 19/07/08
SÍNTESE DOS TEXTOS:
As crianças, independente do ambiente sócio-cultural em que vivem, são intrinsecamente curiosas, motivadas a descobrir, a entender e a explicar o entorno. Se observarmos crianças, enquanto brincam ou escolhem atividades que verdadeiramente lhes interessam, veremos que tendem a persistir nelas até a saciedade. Pela via motora ou mental, as crianças manipulam, exploram, interagem, interpretam, levantam hipóteses, buscam explicações e reconstituem o mundo que as rodeia, em diferentes patamares. É agindo sobre e no meio físico / social que a criança constrói tanto o seu sistema de conceitos quanto o seu sistema de representações a respeito desse mundo.
Pela interação ela realiza trocas que implicam em dois movimentos complementares: centrípeto- quando há assimilação ou incorporação direta de elementos externos nos seus sistemas de referência, tornando-os parte deles e centrífugo- quando seus sistemas tentam assimilar elementos externos, mas não podem fazê-lo diretamente em função de variações ou novidades apresentadas pelo meio.
O jovem e o adulto precisam sentir-se desafiados, ter metas, formular questões para, então, moverem-se em direção da busca por respostas e de estratégias para encontrar soluções.
Só buscamos respostas quando temos uma pergunta, só procuramos alguma coisa quando sentimos necessidade e temos uma idéia acerca do que queremos encontrar.
Nós professores, estamos acostumados a pensar pelo aluno- antecipando tudo o que ele pode e deve saber, definimos os problemas, os objetivos, as soluções e temos um tempo preestabelecidos para as atividades.
Deveríamos pensar em criar ambientes abertos à explorações e interações, onde os alunos pudessem alimentar seus interesses e curiosidades, efetuar escolhas e ter o tempo necessário para experimentações. Ambientes onde há “lugar” para atividades definidas pelo próprio aprendiz de modo que este possa sentir-se relativamente livre para construir e para reinventar, para receber e para responder a desafios, para manifestar seu mundo interior. Um ambiente acolhedor – que aceita idéias e erros – e desafiador, no sentido de provocar a aprendizagem.
Uma maneira interessante de iniciar o processo de definição de problemas é o levantamento de dúvidas e certezas, tanto a respeito de temas de interesse específico como em contextos mais amplos.
Este levantamento surge, naturalmente,quando os alunos são expostos à múltiplas e variadas oportunidades de entrar em contato, por diferentes meios(filmes, experiências em laboratórios, trabalho de campo, vídeos, Internet, entrevistas, livros...), com informações atuais e relacionadas aos interesses já manifestado em outras ocasiões.
Esses processos desencadeadores de relações contextuais, favorecem a definição de questões que não apresentam, necessariamente, relações diretas com os conteúdos . Ao contrário, são questões que se relacionam a visões múltiplas, amplas e integradas da realidade, o que facilita a interdisciplinaridade.
A metodologia que nós professores, adotamos com nossos alunos revela a forma como compreendemos, consciente ou inconscientemente, o processo de aprendizagem.
Quando falamos em Projetos de Aprendizagens estamos nos referindo a uma proposta de trabalho, em sala de aula, onde são privilegiadas as questões de investigação que nascem dos interesses e necessidades dos alunos e a busca autônoma de respostas para elas. Neste processo, há um princípio de liberdade, dentro de uma flexível e em rede, que possibilita aos alunos construírem conhecimentos a partir das interações com professores, colegas e a sociedade de maneira geral.
Este princípio de liberdade, em um ambiente onde os alunos são apoiados e incentivados a conduzir os projetos, levá-los a cabo através de atividades em equipes, a desenvolver estratégias, a comparar, analisar e estabelecer relações entre diferentes objetos de estudo e os eventos observados na realidade. Aos professores neste tipo de trabalhos em salas de aula, cabe o papel de mediadores que acompanham e desafiam os alunos, propondo questões desafiadoras que apontam novas perspectivas ou pontos de vista. Assumir essa nova função a de mediador, significa abrir mão do papel impossível de ser sempre o centro da atenção, causa e ração das aprendizagens dos alunos, para assumir um novo papel social, enquanto educador. Como nos diz Piaget, que uma atividade intelectual verdadeira, baseada em ações experimentais e pesquisas espontâneas não é possível sem uma livre colaboração entre os indivíduos, ou seja, entre os professores e seus alunos, mas, principalmente entre os próprios alunos. Acompanhar as atividades dos alunos, colocar questões que geram conflitos cognitivos, problematizar as situações que trazem para a sala de aula é um dos meios que temos para manter vivo o interesse e atenção dos alunos.
Só atingimos o pleno desenvolvimento da inteligência e a construção de novos conhecimentos em situações de confronto, de descentralização, de intensa co-operação, de momentos em que precisamos nos colocar em “xeque”, pela desestruturação e reestruturação de argumentos e de posições, auxiliados pelas questões colocadas por outros.
Piaget, quando iniciou seus estudos sobre o sistema de crenças das crianças, as tendências e orientações do pensamento infantil conclui que a forma e o funcionamento do pensamento se mostram cada vez que a criança interage socialmente, mas o conteúdo do pensamento só se libera em função dos objetos de representação.
Entendeu que quando as crianças espontaneamente formulam perguntas, baseadas em suas curiosidades, nos dão pistas sobre sua espectativa em relação à resposta ou, até mesmo, já trazem uma resposta implícita.
Para conhecermos o caminho dos processos de raciocínio às respostas dadas, temos que avaliar à observação da ação a interrogação. Isto significa conversar, seguir as respostas, colocar problemas que desafiem e, ao mesmo tempo, levantar hipóteses acerca de como o outro está pensando e / ou entendendo determinado problema e controlar estas hipóteses a partir das reações que a conversa vai desencadeando.
Piaget colocava para os investigadores: “ saber observar, ou seja, deixar a criança falar, não desviar nada, não esgotar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria, uma verdadeira ou falsa, para controlar”.
A maioria dos estudantes são curiosos e intelectualmente vivos. È muito provável que, à medida que vão crescendo, vão pensando e refletindo cada vez menos. A mudança é tão gradual, dia após dia, que dificilmente nota-se a perda. Lentamente a vivacidade se extingue e o potencial vai desaparecendo. De repente, começamos a notar que estão ficando sem imaginação, não perguntam mais e não fazem mais críticas.
Para ajudar a pensarem por si mesmas, a caminharem em direção a tornarem-se independentes, desembaraçadas, auto-suficientes, devemos perguntar a nós mesmos:
O que adianta eu lhes fornecer respostas rápidas cada vez que fazem perguntas?
O que adianta memorizarem a informação dos livros sem tentarem compreender os conceitos ou as pressuposições implícitas?
Estou sendo para as crianças um modelo de pessoa que questiona constantemente, que sempre está buscando respostas mais apropriadas, que está mais interessada no diálogo e na descoberta do que na memorização dos fatos?
Quando os professores têm a habilidade de cultivar o pensamento de seus alunos por intermédio do seu próprio questionamento, as crianças acabam podendo pensar por si mesmas sobre qualquer aspecto da sua própria experiência.
A arte de perguntar é algo muito complexo. Naturalmente, existem algumas perguntas que merecem respostas.
Os professores que pretendem saber tudo causam um duplo prejuízo aos alunos. Primeiro dando respostas que eles deveriam descobrir por si mesmos, esse professores não preparam seus alunos para o dia em que lhes falte o apoio dos adultos e fiquem à mercê de seus próprios precários recursos ou descobrirem que o professor não tem todas as respostas. Em segundo lugar, esses professores criam em seus alunos o modelo ou o ideal da pessoa educadora como alguém que sabe tudo em lugar de uma pessoa que é intelectualmente aberta, curiosa, autocrítica e disposta a admitir a ignorância ou indecisão. Além disso, quando um professor pretende saber tudo, as crianças ficam com a impressão de que o conhecimento consiste em respostas- algo fora de si mesmo que precisa ser memorizado- em vez de algo a ser descoberto e criado.
Quando perguntamos as crianças - “Por quê?”, as desafiamos a se aprofundarem em suas próprias pressuposições, a fazerem melhor o uso de seus recursos intelectuais, a descobrirem propostas mais imaginativas e criativas do que as que teriam conseguido se a nossa postura, diante delas, fosse a de um provedor de fatos.
O professor não deve ter receio de desafiar as pressuposições que as crianças fazem, mesmo quando concorda com elas, se o resultado promete ser uma atitude mais vívida das crianças perante o tema.
As perguntas metafísicas são as mais comuns e as mais difíceis de serem respondidas. A metafísica é a parte mais abrangente da filosofia e trata dos temas de maior generalidade.
As perguntas lógicas têm a ver com o raciocínio. Uma das regras que interessa à lógica é a consistência.
Nas perguntas éticas as crianças querem saber: O que é bom? O que é certo? O que é justo? Talvez elas nem perguntem aos colegas, mas perguntam para si mesmas.
O exercício da lógica pode desenvolver nas crianças um apreço pela consistência que é uma condição básica da integridade moral.
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COMENTÁRIO POSTADO POR EVANICE MENDES NO DIA 19/07
Percebo que a maioria das escolas ainda é muito tradicional na sua proposta de trabalho. Na verdade nós professores estamos acostumados a pensar pelo aluno, dar tudo pronto, mastigado, mas estou conseguindo ter uma nova visão a partir das leituras realizadas nas Interdisciplinas. Devemos ter ambientes onde há lugar para atividades definidas pelo próprio aprendiz de modo que este possa sentir-se relativamente livre para construir e para reinventar, para receber e para responder desafios, para manifestar seu mundo interior. Esse ambiente deve ser acolhedor, que aceita idéias e erros, mas nem sempre estamos preparados para compartilhar as idéias e erros do nosso aluno, mas cabe ao professor o papel de mediador,ou seja abrir espaço à participação dos alunos, favorecer a autonomia na escolha, o envolvimento com atividades que desafiam o seu pensamento.
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Comentário postado por Elise Mello no dia 22/07/2008.
Nossas escolas ainda são tradicionais na proposta de trabalho.
Lendo estes textos analiso o trabalho que desempenho e percebo em mim, uma mudança interna, refletindo sobre a minha forma de agir com os alunos, o quanto estamos acostumados a pensar por eles e como é importante formarmos cidadãos críticos.
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Camila Lima Thomaz Silva
Toda criança brinca. Segundo Maldonado (2002), é necessário a criança "escolher como quando, com quem, de que e onde brincar. Libertdade, respeito e amor são muito importantes para essa criança que está o dia inteiro trabalhando duro para entender o mundo. Impedi-la de brincar é um crime contra seu desenvolvimento, principalmente o desenvolvimento intelectual, mental e afetivo. Quanto mais a criança brinca, mais se desenvolve, mais integrada e feliz ela será".
O desenvolvimento e a construção do conhecimento infantil se dá pela exploração e a curiosidade, onde a criança explora os objetos e o meio em que vive. A curiosidade é o ponto fundamental para esta exploração, sendo as perguntar provenientes da dúvida. Segundo as autoras, "a partir de seus sistemas de referência e das experiências que tem no momento", criança estabelece relações, quando estimuladas em suas casas, vão a procura das soluções de suas questões.
No texto "Perguntas Inteligentes" ressalta os Projetos de Aprendizagem e a busca dos alunos nas respostas para a construção e a reconstrução de seus conceitos. As atividades de troca proporcionadas pelos grupos de estudos garantem intensa cooperação e organizaçãoentre os participantes. Para tanto, o aluno deve sentir-se desafiado para buscar estratégias e respostas. Tudo esse processo pode (quando nos permitimos) gerar desacomodações a ponto de grandes transformações. Conforme o texto "Perguntas Inteligentes: o que é isto?" " as mudanças aqui acenadas são complexas na sua prática, pois abarcam transformaçõespedagógicas, metodológicase ,também, ideológicas. E estas não são fáceis, nem rápidas".
Comentário postado por Camila Lima
Lendo o comentário da colega Evanice percebo que ainda há um longo caminho a ser percorrido por nós professoras. O primeiro passo é nós mesmas nos "desacomodarmos" e trilhar frente ao desafio. Muitas vezes nós mesmas queremos "tudo mastigado, tudo pronto". Ainda temos muita a aprender, principalmente com nossos alunos, buscando na inquietação dos porquês as soluções de nossos conflitos. Esta oportunidade de realizar uma recuperação é um exemplo de que ainda precisamos aprender sobre solucionar dúvidas e ser buscar melhores alternativas para estas soluções.
Comentário postado por Evanice Schnath Mendes - 20/07/08
Percebo que os professores ainda são vistos como aqueles que sabem tudo. Eu mesma já passei por uma situação em que estava explicando sobre um conteúdo, o aluno me fez uma pergunta e fui sincera dizendo que não sabia a resposta, mas que juntos poderiamos pesquisar para esclarecer aquela dúvida. Reforcei falando que nem sempre nós professores sabemos de tudo e a reação de muitos alunos foi de surpresa. Penso, com isso que seria necessário começar a mudar a visão que nossos alunos tem sobre o professor ser o detentor do saber. Além disso, quando um professor pretende saber tudo, as crianças ficam com a impressão de que o conhecimento consiste em respostas - em vez de algo descoberto e criado. No lugar de envolver a criança no processo do conhecimento, o professor com todas as respostas priva essas crianças do prazer, a satisfação de descobrir respostas por si mesmas.
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Comentário postado por Evanice Schnath Mendes Loch - 20/07/08
Os nossos alunos são curiosos e intelectualmente vivos, mas à medida que vão crescendo, vão pensando e refletindo cada vez menos. De repente começamos a notar que estão ficando sem imaginação, não perguntam mais e não fazem críticas. Penso que ao contrário disso queremos que nossos alunos sejam capazes de pensar, que sejam racionais e responsáveis. Questionar para desestabilizar, para provocar discussões, reflexões, análises e críticas passa a ser entendido, como essencial para preparar o que chamamos de cidadão.
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Comentário postado por Elise Mello no dia 22/07/2008.
Os alunos são curiosos e fazem muitas perguntas mesmo.
Gosto de ouvi-los e sinto o quanto é importante para eles serem ouvidos. Também, vejo que, o questionamento de um já desencadeia uma resposta de outro e surgem então, mais perguntas e às vezes, acaba virando um debate com várias teorias sobre um determinado assunto.
É muito construtivo tanto para o aluno, quanto para o professor que sempre acaba aprendendo mais com eles.
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Comentário postado por Camila Lima, em 21/07/08
Após ler o comentário da Colega Evanice, acredito que os alunos ao crescerem não diminuem sua capacidade de pensamento e reflexão, mas fazem de forma diferente de antes. Quando pequenos são espontâneos nas colocações. Perguntam incessantemente e demonstram grande desejo em saber coisas novas. Ao crescerem e tornarem-se adolescentes, por exemplo, talvez haja uma dificuldade maior em expor seus pensamentos e defender suas idéias. Talvez a resposta para tal posição seja a construção de sua alto-estima e o receio de tornarem-se “ridículos” em suas colocações. Cabem aos professores incentiva-los a expressarem suas opiniões, tornando-se ainda mais críticos, e assim buscar a valorização das idéias em construção.
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Comentário postado por Elise Mello no dia 22/07/2008.
Concordo com a colega Camila Lima, quando pequenas as crianças são destemidas e ousadas, com o passar dos anos, eles apresentam dificuldade em expor suas idéias e pensamentos.
Com a auto-estima baixa, tem receio em expressar-se achando que vão falar bobagens.
É preciso desde a infância, incentivá-los a expor suas opiniões.
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Elise Mello - 22/07/2008
Síntese dos Textos.
As crianças formulam teorias sobre o mundo, elaboradas a partir, de suas experiências e vivências.
A construção de pré-conceitos e a forma em que elas organizam as idéias, é bem parecida com o processo científico.
Cabe ao professor considerar as concepções formuladas pelas crianças, quando chegam à escola.
Adultos e crianças desenvolvem o “senso comum”, que são idéias que acreditamos, mas que não correspondem à expectativa cientificamente correta.
As idéias ingênuas que as crianças têm quando formulam teorias devem nos interessar, porque para elas uma mudança conceitual é bem difícil. Tanto adultos e crianças resistem em abrir mão de conceitos elaborados por eles mesmos, ainda que tenham aulas sobre o assunto que os contradiz completamente estas idéias e pré-conceitos.
O papel fundamental da escola é aproximar os alunos do conhecimento construído, e é muito importante para o desenvolvimento da criança, que o professor desequilibre, estas idéias pré-concebidas, pois só assim, o aluno passa a ter dúvidas sobre elas e através destas dúvidas podem rever seus conceitos e reconstruí-los.
As crianças são curiosas e motivadas a descobrir, a entender e a explicar conforme o seu entendimento o mundo que as cerca.
É a questão que determina a atividade mental em certa direção. Buscam respostas quando há uma pergunta.
Nossas escolas ainda são tradicionais, a proposta de trabalho é do professor, infelizmente nós professores estamos acostumados a pensar pelos alunos.
O aluno pergunta e o professor já tem uma resposta pronta.
Precisamos enfrentar este desafio e aprendermos a ser mediadores, em busca do entendimento do raciocínio e dos interesses dos alunos, lançando questões desafiadoras que apontam novas perspectivas e que introduzem informações diferenciadas das já existentes.
Os alunos precisam ser questionados para desestabilizar, para provocar discussões, ser instigados a refletir, analisar e criticar, sendo de suma importância para sua formação e para no futuro ser cidadãos críticos e questionadores, que não aceitam o que lhes é imposto, que se posicionam diante das circunstâncias.
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Nova versão das sínteses dos textos - Camila Lima, em 23/07/2008
Crianças são seres especiais que vivem no seu mundo fazendo descobertas através de suas experiências e evidências. Estas descobertas devem ser valorizadas, consideradas, usando-as quando possível, para fazer com que o aluno se sinta estimulado a continuar descobrindo.
Todo professor deve aproximar seus alunos do conhecimento, baseado em seus interesses, fazendo que eles mesmos encontrem as respostas apresentando situações de conflito que gerem discussões variadas para o mesmo tema.
Estas dúvidas e certezas levam ao crescimento das discussões que por sua vez fazem surgir resposta, confirmadas ou não, quando os estímulos apresentados forem trabalhados (pesquisa, filme, troca de experiências, internet, visitas, etc.), colocando-os no real.
Isto favorece a abertura do horizonte do conhecimento, levando o aluno a observar que, muitas vezes um mesmo conhecimento “encaixa-se” em mais do que uma disciplina, tornando possível professores de disciplinas diferentes falarem a mesma linguagem: é a interdisciplinaridade.
O professor deve questionar baseando-se nos interesses dos alunos. Quando a criança se sente desafiada gera mais interesse.
É necessário estimular as perguntas, fazer dos alunos mais que expectadores da informação, mas sim, questionadores que busquem descobrir e não simplesmente absorver uma informação. Buscar também uma interação com um maior número de pessoas procurando ampliar as investigações.
O professor, para desenvolver um trabalho produtivo, deve se afastar do modelo tradicional, onde é um mero transmissor do conhecimento, pois se este dá todas as respostas resulta alunos inseguros e impotentes para as questões desafiadoras, tolhe a autonomia. Sempre que possível deve gerar dúvidas, não ter respostas prontas, ser um facilitador, fazendo que os alunos descubram por si mesmos. Quando isto acontece sentimos que as crianças se tornam pessoas mais maduras, seguras e confiantes para participar de novos desafios, pois fizemos que estas fossem além daquilo que pretendiam, tornando-as descobridoras.
A construção de novos conhecimentos e desenvolvimento da inteligência só se dá mediante desafios, situações, críticas, argumentações que se remodelam, trocam de posições e questionamentos com outras pessoas. Tudo isso fortalece o crescimento de forma integral do aluno.
A criança, de uma forma geral, está sempre insatisfeita, querendo saber mais e mais; não basta dizer o óbvio, pois elas, com muita facilidade chegam ao resultado final com frases objetivas.
Todos nós passamos por esta fase questionadora, no entanto, com o passar do tempo nos acomodamos. Muitos estudantes chegam ao ponto de serem imaginativos e criativos e passam a não perguntar nem criticar. Meros instrumentos.
Por tudo isso, quando há um questionamento devemos deixar fluir a imaginação, onde o professor deve estar aberto para crescer junto com os alunos. O professor deve ser adulto, questionar, reafirmar a liberdade para explorar, pois não existe só um ponto.
A educação deve ser desestabilizadora. Não adianta como já foi dito, ter respostas prontas e rápidas, memorizar o que está escrito nos livros sem entender, gerando desinteresse e não aprendizagem.
O professor deve ser para os alunos um modelo – em palavras e atitudes – tanto de integridade e coerência como questionador, sempre buscando o dialogo, a investigação valorizando menos a memorização de acontecimentos.
Por todo o exposto, chegamos à certeza como é complexo fazer uma pergunta. Devemos usar a sabedoria: algumas vezes eles mesmos devem responder, e em outras nós. Mas como conseguir aplacar a “gana” de conhecimento de cada elemento?
Ao surgir um tema novo o professor não deve ter receio dos porquês, pois isto concorre para resultados mais positivos onde as crianças vencem seus desafios, usam seus neurônios de forma mais criativa e em conjunto chegam a conclusões mais criativas e detalhistas, diferentemente daqueles que conseguiram como se fôssemos meros transmissores de acontecimentos. Tudo isso só traz resultados mais positivos.
Vários são os tipos de questionamentos que estamos sujeitos. As perguntas metafísicas são aquelas onde às vezes uma palavra basta, em outras, uma pergunta leva a outra pergunta e mais uma, mais uma,... Tudo depende da exigência de quem pergunta. Trata dos temas de maior generalidade e é a parte mais abrangente da filosofia.
As perguntas lógicas são baseadas no raciocínio, através da dedução de que fatos e idéias podem ser mais ricos do que parecem e que a consistência é importante no pensar, falar e agir.
Perguntas éticas é a busca por moral, presente em todos nós e muito baseada na observação, principalmente de nossos atos, palavras e idéias. A importância do estímulo do raciocínio torna-se base para que a ética possa ser aplicada, até mesmo quando as circunstâncias motivam o contrário.
Ao final do trabalho desenvolvido sob esta ótica, teremos alunos e por via de conseqüência, cidadãos com mais autonomia, responsabilidade, significados e pró-atividades.
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Comentário postado por Camila Lima, em 23/07/2008
Como aluna posso salientar o quanto é importante sentir-se desafiada. Neste momento relendo os textos e retomando as reflexões percebo que não somos diferentes de nossos alunos. Queremos atenção, queremos ser ouvidas (como disse a colega Elise) e precisamos nos desacomodar. Este período de recuperação está sendo de muitas críticas e autocríticas, a partir das atividades desempenhadas por nós alunas oportunizando a reflexão de nossa realidade. Que grande privilégio!
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Chamla Abdul Khalek 06/08/08
SÍNTESE DOS TEXTOS:
Vivemos em um momento em que as nossas escolas ainda são tradicionais; nossos professores não abrem mão de serem o centro das atenções ou o ponto de partida do trabalho em sala de aula. Mas sabemos também, e vemos que a cada dia uma mudança é necessária para que haja uma melhora na educação para o futuro. É necessário uma mudança nos métodos de ensino e de mentalidade dos nossos educadores.
Para tanto, devemos prestar atenção em nossas crianças, pois elas, são indivíduos basicamente curiosos que usam as vias motora ou mental para interagir, interpretar e adquirir conhecimento do meio que as cercam, formulam idéias lógicas e racionais baseadas em suas experiências e evidências. Algumas idéias são pré-concebidas ou também chamadas de "senso comum". Mesmo estas, devem ser levadas em consideração pelo educador em sala de aula, pois, a partir delas a criança pode reconstruir seu conhecimento.
Este educador deve propor questões desafiadoras, conversar, seguir as respostas, saber que as crianças espontaneamente formulam perguntas e dão pistas para suas expectativas em relação a resposta. Deve saber observar, questionar para desestabilizar, provocar discussões, desafiar o aluno a refletir, comparar, analisar e buscar solucionar os problemas. Propor um ambiente onde seus alunos são apoiados e incentivados à conduzirem seus projetos, à trabalharem em equipe e proporcionar para que tenham ascesso a jornais, filmes, internet, laboratório e etc. Um ambiente aberto à exploração que estimule a experimentação, a curiosidade e ao interesse, utilizando a interdisciplinaridade integrada à realidade.
Comentário postado por Chamla Abdul Khalek 06/08/08
Concordo com comentário de Elise Mello, que os alunos são curiosos e questionadores e que é importante para eles serem ouvidos. Devemos tratar com carinho e atenção a opinião de todos eles pois cada um é especial e como é construtivo esta troca entre aluno e professor e como essa relação de respeito é importante para um bom trabalho.
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Síntese dos textos postado por Carla Andrea Selistre Truda em 13/08/08
As crianças, independente do ambiente que estejam ou vivam, procuram respostas para explicarem o que lhes rodeia. É agindo em seu meio que vai construir conceitos e representações deste meio que vive, para depois incorporar, direta ou indiretamente, elementos externos nos seus sistemas de referência.
A partir deste momento, começa-se a perceber que nem tudo reage da mesma forma, que existem pontos de vista diferentes e começam os "como" e "porquês" de determinados fenômenos que não podem ser dados e sim precisam ser construídos.
A pergunta, a questão, é o que nos desacomoda, é o que nos move rumo à uma aprendizagem, à descobertas, mas infelizmente não é o que nós professores proporcionamos nas nossas salas de aula.
Temos o péssimo costume de antecipar as dúvidas, as questões. Não permitimos os questionamentos, nem as hipóteses, elas existem,mas só a criança ou o aluno as conhecem.Vivemos em função de um tempo pré-estabelecido e com isto decidimos e definimos tudo: atividades, problematizações,soluções, tudo. Esquecemos,ou até, não queremos mais levar em conta que, muito do que apresentamos em aula não desperta a curiosidade e nem causa entusiasmo para que ocorra uma aprendizagem.
E chegamos,então, a outra certeza, a metodologia que usamos é que diz como encaramos e no que acreditamos por aprendizagem e no tipo de professor que somos e seremos em sala de aula.
Estas certezas provocam novos questionamentos que nos permitem chegar aos Projetos de Aprendizagem, que por sua vez trata-se de uma proposta de trabalho que vai privilegiar a investigação "nascida dos interesses e necessidades dos alunos"(texto extraído do livro Internet em sala de aula-Beatriz C. Magdalena-Íris E. Tempel Costa- ARTMED-2003-Porto Alegre).
Ao trabalharmos com Projetos de Aprendizagem, possibilitamos aos alunos que construam seus conhecimentos através das trocas feitas com colegas, professores e com todos.
Quando trabalha-se com este tipo de liberdade o professor sai do centro de interesse ou da visão do aluno que vai focalizá-la no envolvimento com a aprendizagem através das atividades em grupos, deixando para o professor a função de mediador, acompanhando e propondo desafios que levarão a novos pontos de vista, abrindo mão do papel de centro das atenções.
Esta não é uma mudança fácil, tanto para o professor quanto para o aluno, uma vez que requer transformações no campo pedagógico, metodológico e principalmente ideológico (para o professor) e uma desacomodação por parte do aluno, acostumado a ter tudo "mastigado" e não serem questionados.
Trata-se de estabelecer diálogo,(onde o papel do professor é o de ouvir mais e falar menos), que forma-se através de modelos de conversações inteligentes entre adultos e crianças.
Ao responder tudo ao meu aluno, causo-lhe duplo prejuízo, uma vez que além de não prepará-los para o dia que não terão apoio dos adultos, posso acabar com sua segurança e confiança, ao descobrirem que não sei tudo, que não tenho todas as respostas.
O fato do "professor saber tudo" pode passar a impressão de que conhecimento é algo memorizado e não algo a ser descoberto, que cause satisfação e transforme o ser em alguém imaginativo, curioso e intelectualmente vivo.
Para terminar, acredito que não basta termos ass perguntas em mãos, é necessário que tenham seqüência e que destas discussões o aluno aprofunde-se e experimente, bem como, vivencie, o conhecimento.
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Comentário postado por Carla Andrea Selistre Truda em 13/08/08.
Lendo o comentário feito pela colega Evanice, fiquei pensando se realmente as crianças ao crescerem pensam e refletem menos e acredito que não é isto que ocorre, pois conforme crescem, acrescentam mais bagagem aos questionamentos que trazem consigo. O que eu acredito que ocorre , concordando com a Camila, é que as crianças são cada vez mais reprimidas e forçadas a não dizerem e perguntarem o que querem.Passa-se a não haver mais permissão de livre-expressão.Aquilo que é exposto é visto como fora do contexto do que está sendo trabalhado na hora.Alguns são até ridicularizados por colegas por perguntarem "algo que não tem ligação com o que é estudado". Para os professores é incomodo, pois foge ao que é "preparado" para o momento.Desacomodação é algo que realmente incomoda!Dá trabalho escutar?Que riquezas eu perco quando não permito que meu aluno expresse o que vai nos seus pensamentos?Fiquei imaginando o que posso realizar como professora, o tipo de trabalho rico que posso fazer se explorar as vontades, os questionamentos,as dúvidas dos meus alunos.Sairemos ganhando eu e eles, com certeza.
Comments (7)
Anonymous said
at 10:14 am on Jul 21, 2008
Olá, Evanice! Sempre que usamos trechos de textos alheios eles precisam estar identificado como tal. Quando copiamos até três linhas, colocamos o texto entre aspas duplas e quando copiamos mais de três linhas o texto precisa estar recuado. Tua síntese, na verdade, é uma coleção de citações diretas dos textos lidos. Não podemos "produzir" uma síntese feita só de citações diretas. Como resumirias estes textos, com tuas palavras? O que te pareceu importante ou não? O que compreendeste? O que os textos têm em comum?
Abra@os, Iris
Anonymous said
at 6:33 pm on Jul 21, 2008
Evanice, o teu texto está uma mistura de idéias que são tuas e cópias de pedaços dos textos. Acho que precisas retomar esse trabalho fazendo o seguinte: colocando aspas na citação e identificando a fonte de inde tirastes os pedaços. Lembra que só podemos utilizar no máximo 7 linhas de citação. Depois, tens que fazer uma fala autoral e uma nova citação. Esse tipo de trabalho é bem complicado porque pode virar uma colcha de retalho e tu podes ficar falando apenas pela boca dos outros, não aparecendo a tua autoria.
Assim sugiro que depois de ler cada texto, extraia 2 ou 3 idéias fundamentais e com todas elas, faz um esquema do que vais escrever. Com isso, terás um texto melhor mais claro e legível, com o teu traço pessoal.
Vamos lá!!
Um abraço
Bea
Anonymous said
at 6:37 pm on Jul 21, 2008
Evanice, nos comentários que se seguem ao texto, já estás mais presente: a fala é bem mais tua.Por que será que os alunos, à medida em que avançam na escola ficam cada vez menos imaginativos? No que o professor tem influência? O que significa trabalhar na construção de transformações metodológicas ?
Um abraço
Bea
Anonymous said
at 6:40 pm on Jul 21, 2008
Oi Camila, bota síntese no teu texto!! Quase virou um telegrama. Olha bem !! Lestes 4 textos e sobrou só essa idéias? Ainda utilizas citações e falas em autoras mas quem são?? Tivestes autores diferentes em 3 dos 4 textos, portanto precisas identificar em quais te baseastes para escrever.
Sugiro que leias com mais atenção e faças um novo texto mais denso. Atenta, por favor, para o que eu sugeri para a Ivanice acima que tb vale para ti.
Um abraço
Bea
Anonymous said
at 11:30 am on Jul 23, 2008
Oi Gurias, que bom que vocês estão discutindo. Imagino que ainda terão até amanhã para fazer os reparos nas sínteses e participarem mais uma vez. Elise, tua síntese está muito boa, limpa, resumida e bem formulada. Gostei muito.
Lembrem!! Amanhã termina o prazo da recuperação.
Um abração
Bea
Anonymous said
at 10:51 am on Jul 24, 2008
Querida Camila, para ser ouvida precisas falar, interagir, ouvir os outros e, principlamente, expor suas idéias e ações com clareza e regularidade. Notastes a falha onde está? Com certeza te destes conta e o próximo semestre será diferente.
Um abração
Bea
Anonymous said
at 10:58 am on Jul 25, 2008
Camila, gostei da tua nova síntese. Nela te percebo e isso é o mais importante. Passastes da situação de copiadora para a de autora reflexiva. Tomara que persistas assim no próximo semestre.
Um abração
Bea
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